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CULTURA: Regionalismos do Rio Grande do Sul

O Rio
Grande do Sul é um dos estados brasileiros com maior número de expressões
regionais, dando ao estado uma linguagem peculiar e diferente do resto do país,
autêntica e própria, mas admirada por pessoas de outras regiões brasileiras.

Algumas
expressões linguísticas típicas do Rio Grande do Sul e bastante faladas por
seus habitantes são, por exemplo:

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Abichornado: desanimado, triste

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Acoado: latido de cão

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Atucanar: Aborrecer, irritar, preocupar

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Bah: Interjeição que exprime surpresa, admiração, reprovação

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Baita: Muito grande, enorme

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Balaqueiro: conversa mole, exibicionista

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Bagual: rude, grosseiro

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Barbaridade: designa espanto, surpresa

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Bomba: Projétil, doce, canudo

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Bucha: difícil

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Cacetinho: Pão francês

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Cagaço: susto, medo

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Campeando: procurando

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Capaz: imagina, sem problemas

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Chasque: convite, aviso, carta, recado

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Chavear: trancar a porta

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Chiar: Reclamar, emitir chiado

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China, Chinoca: mulher campeira

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Chinelagem: Baixaria

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Cusco: Cachorro sem raça definida

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Dar um laço: bater em alguém

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Despacito: devagar

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Entrevero: briga generalizada,;prato regional com diversos tipos
de carne cozidos ao mesmo tempo

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Esgualepado: Sem movimento, cansado, exausto

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Espeto corrido: Rodízio de Carnes, churrascaria

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Espraiar: se jogar, espalhar

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Faixa: asfalto

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Fandango: baile, festa

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Fatiota: terno

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Guampa: chifre

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Guasca: valente, forte

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Guisado: carne moída

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Guri, Guri, Piá: menino, menina, garoto, garota

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Indiada: vários homens

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Lagartear: Deitar, sentar

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Lomba: ladeira, morro

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Mate: Chimarrão

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Matungo: cavalo ruim ou velho, sem uso para montar

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Negrinho: brigadeiro

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Oigalê: espanto, alegira

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Pandorga: pipa, papagaio

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Peleia: Briga, luta, combate

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Pila: Dinheiro

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Pingo: cavalo bom e vistoso

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Prenda: Mulher gaúcha

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Pechada: batida, acidente

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Sinaleira: Semáforo

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Talagaço: de uma vez só

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Tchê: Companheiro, amigo, interjeição

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Torrada: Misto quente

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Tri: Legal, muito

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Trovar: Paquerar, conversar

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Vareio: vencer com vantagem

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Xis: Bauru prensado

GEOGRAFIA: Apresentação do Rio Grande do Sul

 

A área do Estado Brasileiro do Rio Grande do Sul é de 282.062 km² (cerca de pouco mais que 3% de todo território nacional, equivalente ao do Equador) e com fuso horário -3 horas em relação à hora mundial GMT. Todo o seu território está abaixo do Trópico de Capricórnio, formando um clima temperado.

Faz parte da região Sul do Brasil, fazendo divisa com Santa Catarina (norte) e fronteira com dois países (Uruguai ao sul e Argentina a Oeste). É banhado pelo Oceano Atlântico e possui um dos maiores complexos de lagoas e lagunas do mundo, formado pela Laguna dos Patos, Lagoa Mirim, Lagoa Mangueira e outros.

É o sexto estado mais populoso do Brasil, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. Sua população constitui cerca de 6% do número de habitantes do país.

Apresenta sete mesorregiões: Metropolitana de Porto Alegre, Sudeste Rio-grandense, Sudoeste Rio-grandense, Centro Ocidental Rio-grandense, Centro Oriental Rio-grandense, Noroeste Rio-grandense e Nordeste Rio-grandense, além de 35 Microrregiões, com, ao todo, 497 municípios – o número em questão é resultado do grande número de emancipações entre as décadas de 1980 e 1990, um movimento municipalista muito forte, mas bastante reduzido após à virada para o ano 2000, quando foram colocadas, por parte da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, restrições para o surgimento de novos municípios, evitando um  aumento ainda maior de gastos públicos. Segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, em 1966 o Estado Gaúcho tinha 232. Nos anos 1990, ocorreram 164 emancipações.

Originalmente, os quatro municípios gaúchos, a partir do estabelecimento da chamada Província de São Pedro são Porto Alegre, Santo Antônio da Patrulha, Rio Grande e Rio Pardo. Por conta das divisões de terras por sesmarias e núcleos açorianos, o Rio Grande do Sul começou a ter um intenso processo de divisão territorial em áreas administrativas, entre 1820 e 2000.

Possui uma diversidade de sistemas de relevo, com um planalto localizado ao norte, depressão no centro e planícies ao sul e na costa. O ponto culminante do estado é o Pico do Monte Negro, em São José dos Ausentes, na região dos Campos de Cima da Serra, com 1.410 metros de altitude.

O relevo é constituído por uma extensa baixada (o Pampa), dominada ao norte por um planalto (o Planalto Meridional). Os rios principais são o Uruguai, Taquari, Ijuí, Jacuí, Ibicuí, Pelotas, Camaquã, Sinos e Caí.

Sua capital é Porto Alegre, fundada oficialmente em 26 de março de 1772, mas colonizada 30 anos antes. Caxias do Sul, Canoas, Pelotas, Santa Maria, Gravataí, Viamão, São Leopoldo, Passo Fundo e Rio Grande são outros dos principais centros urbanos do Estado.

O clima gaúcho é o subtropical úmido, sujeito a períodos esporádicos de estiagem ou de enchente, como as ocorridas em maio de 2024, considerada uma das maiores tragédias climáticas da História do Brasil.

A economia do Estado é baseada na pecuária, na agricultura (sobretudo soja, trigo, arroz e milho) e na indústria (de couro e calçados, alimentos, têxtil, madeira, metalúrgica e química). O Turismo, sobretudo na Serra, Porto Alegre, Litoral e Missões, é uma atividade crescente.

Em 1627, foram criadas missões próximas ao Rio Uruguai pelos jesuítas espanhóis, que foram expulsos pelos portugueses em 1680, quando houve a invasão do domínio espanhol, fundando a Colônia de Sacramento. Em 1687, foram estabelecidos pelos portugueses os Sete Povos das Missões. Em 1737, uma expedição militar portuguesa tomou posse da Lagoa Mirim. Em 1742, foi fundada a vila de Porto dos Casais (atual Porto Alegre). As lutas pela posse do território entre portugueses e espanhóis tiveram fim em 1801, quando houve a incorporação dos Sete Povos das Missões pelos próprios gaúchos. Em 1807, o RS foi elevado à categoria de Capitania. Em 1824, se deu início a colonização europeia. A sociedade estancieira existiu junto com a pequena propriedade agrícola, ocorrendo assim a diversificação da produção.

Durante o século XIX, o RS foi palco da Guerra dos Farrapos (1835-45). Ocorreram acirradas disputas locais no início do Período Republicano, sendo o Estado pacificado apenas após 1928 (no Governo de Getúlio Vargas).

O RS é detentor do quarto maior PIB do Brasil (R$ 193,500 bilhões) sendo superado apenas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; grande parte da população é formada por descendentes de portugueses, alemães, italianos, africanos e indígenas.

A economia gaúcha foi baseada na pecuária bovina instalada no Sul do Brasil no século XVII, através das missões jesuíticas, expandindo-se depois para as outras regiões gaúchas pelos setores comercial e industrial. 

Apresenta um grande modal rodoferrovário, hidroviário e aeroviário, com uma grande rede de rodovias – que conectam o Rio Grande do Sul com o Mercosul e o Centro do País -, ferrovias e vários aeroportos – entre eles o Aeroporto Internacional Salgado Filho -, e um dos melhores sistemas de navegação do Brasil – hidrovias do Rio Jacuí e afluentes, Lago Guaíba, Laguna dos Patos e Canal do Rio Grande.

A sigla é RS e o natural ou habitante do Rio Grande do Sul é denominado gaúcho. Também se refere ao Estado a expressão “Sul-Rio-grandense”.